Fruto Vermelho - Citação Gregório de Matos

Fruto Vermelho
O que dizer de mais um livro de poesias lançado no mercado? Por mais que ele contenha outros gêneros (crônica, contos...), o que dizer de Fruto Vermelho? O livro traz em sua essência crenças e percepções. Até aí, nada de novo. A poesia permite o grito calado, antagônico em sua essência, sutil em seu efeito, mas preciso. Quando comecei a organizar meus escritos, pensei que jamais acabaria. Não pela quantidade, mas pela importância que estes escritos tinham para mim. São textos que revelam um estado cíclico, puro e sem máscaras. Precisei escolher alguns e com isso, percebi o quanto eu havia gritado com tintas de esferográficas baratas em papéis diversos. Notei , que por muito mais tempo do que imaginava, manifestei cada cena , cada experiência e visão de coisas que julguei importante e de algumas que permiti que fossem importantes para mim. O que tenho a dizer sobre este livro de poesias é que: - este é um livro humano. Um trabalho que desenha em sua imanência e explica em sua iminência em vocábulos simples e virtuais. Cada poesia tem o seu momento e cada momento tem o seu registro... Poético. As poesias escritas e desenhadas são intertextuais no que se refere a sua construção e sua leitura, comunicação que ultrapassa os limites da escrita, transformando uma simples acentuação em um infinito universo de sentidos. Diferentemente do Mestre Caeiro, que sentia para escrever, este é um livro que escrevi para sentir. Desejo que todos os meus leitores “sintam” ao lerem estes textos tudo aquilo que sua interpretação ou captação de mensagem permitir que sintam.
Lembremos então o mestre Gregório de Matos e sua resenha de poesia que reflete o criar e o impressionar sem que a indução seja iminente ...


Cresce o desejo, falta o sofrimento, Sofrendo morro, morro desejando, Por uma, e outra parte estou penando Sem poder dar alívio a meu tormento. Se quero declarar meu pensamento, Está-me um gesto grave acobardando, E tenho por melhor morrer calando, Que fiar-me de um néscio atrevimento. Quem pretende alcançar, espera, e cala, Porque quem temerário se abalança, Muitas vezes o amor o desiguala. Pois se aquele, que espera se alcança, Quero ter por melhor morrer sem fala, Que falando, perder toda esperança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para fazer seu comentário, por gentileza, deixe seu nome seu e-mail. Dê sua opinião sobre os temas e, ou, o blog. Muito Obrigado!