Rascunho



Queria escrever um poema direto,
sem rasuras ou resenhas,
rascunhos...
um próprio poema solto,
correndo o risco de desaparecer.
Um simples vírus, uma bomba,
ou ainda, um nada
que "desvirtualizaria" toda a criação,
quanta emoção!
A capacidade de criar sem deixar marcas me instiga.
Provoca em mim uma série de desejos,
impulsos, vontades selvagens...
vontade de despejar meus dedos sobre o teclado
e deixar fluir palavras, imaginadas,
cuja a única marca, que servirá como prova de que um dia existiram, simplesmente desaparecerá...
num espirro, num sussurro, num murro!
E quando tudo se desfizer em morfemas perdidos serei mais completo do que nunca.
Viverei a verdadeira liberdade
ao me livras de toda matéria poética,
quando todas as notas tocarem,
ficando apenas a sensação de que se ouviu um som.
de onde?
cadê?
Os versos se perderam e eu nem sei o porquê!
Minha tensa tentativa de pôr em prática certos pontos,
aqui se fizeram inteiros e consagraram-se em poesia.
Sem rascunhos, sem rasuras, só poesia, solta, pra ser lida e depois...foi...
Quem um dia se lembrará de ter lido isso?

Ari Mascarenhas 02/06/2015

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