TV Digital : Premissa e Realidade

Diante da realidade econômica do Brasil que auxilia na manutenção da crescente desigualdade social; pensar em um sistema de tecnologia digital que revolucione os meios de comunicação, nesse caso a televisão, é como idealizar a TV digital fazendo parte da cesta básica do brasileiro. Visto que as grandes preocupações sociais como: desemprego, violência, fome, distribuição de renda e educação; não permitem espaços para a introdução de mais custos, principalmente se estes recursos , aos olhos do povo, forem destinados ao entretenimento; ou seja o supérfluo.Em relação a essa visão que apresentaremos nossa pesquisa nesse novo universo chamado TV digital,em busca de uma resposta que contradiga ou afirme esse prévio pensamento.Buscaremos apresentar as nuances positivas que incentive os investimentos e o consumo sem deixar de lado os questionamentos e as soluções práticas para o cotidiano que são tão aguardadas pela sociedade.



O sistema de transmissão digital promete uma revolução nos meios de comunicação e a extinção do sistema analógico de envio e captação de sinais telivizíveis. Essa revolução consiste nos serviços oferecidos, distanciando-os da funcionalidade de uma televisão convencional que apenas transmite imagens e transforma o telespectador em um ser prontamente passivo.Esses serviços ,acompanhados de uma excelente definição de imagem e som digital substituirão atividades cotidianas que hoje ficam a cargo de um computador.Ou seja, a televisão digital , oferecerá interatividade,envio e recebimento de mensagens eletrônicas,compras on-line, banda –larga e uma gama de serviços que hoje estão ao alcance dos usuários da Internet.


Praticidade, conforto, agilidade e interatividade são os argumentos utilizados pelos defensores desse sistema para atrair consumidores, anunciantes e investidores. Assim como Assis Chateaubriant fez com a TV analógica na década de 50, outros visionários imaginam e criam projetos com a intenção de convencer a sociedade da importância e , por que não dizer, necessidade da TV Digital no Brasil.Esses projetos analisam detalhadamente o assunto desde os custos prováveis até o prazo para implantação total do sistema.Dentro dessas perspectivas, foram identificadas algumas necessidade de adaptações para que possa alcançar as mais abastadas comunidades e consequentemente interligá-las.Entre essas necessidades, a adaptação do custo a realidade brasileira é a principal , para isso considerasse como solução a fabricação de um decodificador de sinais digitais ,cujo custo aproximado é de R$200 a R$400,00, integrado ao aparelho de televisor convencional e substituindo a necessidade da aquisição de um aparelho digital próprio para o sistema, que custa aproximadamente R$15.000,00.O desconforto estético de um decodificador sobre o televisor será recompensado pelos benefícios que o serviço trará e a adaptação desse pequeno móvel será bem aceita nos lares brasileiros.




Para alguns a idéia de uma implantação do sistema de TV digital em todo Brasil é uma Utopia. Além de ser inviável é contrastante com a nossa realidade sócio-econômica. Os críticos ao projeto defendem o encaminhamento do investimento projetado nessa implantação para a suplência de necessidades mais imediatas da sociedade como as melhorias nos serviços de saúde pública e no setor de educação. O custo de R$200,00 para a aquisição de um decodificador se torna surreal para um país onde sua classe operária sobrevive com um salário de R$350, 00, além do mais as indústrias que fabricarão tal instrumento não projetarão nenhuma melhora nos índices de desemprego, já que esses equipamentos sofrerão subsídios para incentivar a importação de seus paises originais. Os impostos, juros abusivos e a assimétrica distribuição de renda são agravantes reais que transformarão esse projeto em um enorme elefante cor-de-rosa. Um problema, causado pela irresponsabilidade governamental que causará, como sempre, danos á economia nacional que por conseqüência afetam diretamente ao contribuinte.


A televisão digital, distante do seu papel de socialização, será apenas mais um símbolo de status e poder de compra que ficará a disposição de uma minoria detentora das riquezas nacionais.






Paralelamente as criticas, o governo trabalha em busca de soluções que acelerem os projetos e atendam aos interesses dos investidores e da população que aguarda por essa novidade tecnológica.


No início do mês de março os jornais publicaram a decisão do governo na escolha dos padrões japoneses para a implantação do sistema no Brasil, deixando de lado os padrões americano e europeu, a alegação de que as condições contratuais eram mais atraentes. Mas, no final de março, a mesma imprensa divulgou a indecisão do governo na escolha da parceria privada internacional. A decisão foi adiada por tempo indeterminado e não houve uma explicação clara sobre o motivo do adiamento.





Enquanto a TV digital não se torna uma realidade à sociedade e suas    representações fazem o seu papel; o governo buscando parcerias, a iniciativa privada de olho nessa importante fatia do mercado, a imprensa informando sobre a lenta caminhada, os benefícios e os malefícios dessa inovação; e por ultimo o povo que, como na maioria das vezes em que se tomam decisões importantes nesse país, se encontram em sua eterna passividade servil, ignorando que os resultados, positivos ou negativos, dessa investida terão um grande impacto na nossa realidade social.

O assunto é para refletir e o momento é agora, as responsabilidades de um sucesso ou de uma tragédia depende da atitude dos brasileiros, apresentando criticas, melhorias, participações e principalmente interesse em renovar.

ASMC

3 comentários:

  1. A TV digital permite que o usuário receba um sinal de TV de alta qualidade, altissima resolução e até mesmo em um celular, em tevês postáteis ou mesmo dentro de veículos em movimento, mas é claro que isto é possível com equipamentos compatíveis com SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital).

    Como principal atributo diferencial, se comparado com a TV analógica usada atualmente nas transmissões terrestre (TV antiga), temos a interatividade plena. Inicialmente o que temos são informações extras sobre o programa na tela da TV, a grade de programação (EPG), mais detalhes sobre o capítulo, e ainda as principais notícias do dia acessíveis na tela da TV, com um clique no teclado do controle, como acontece no computador.

    Em breve, com o interesse e desenvolvimento dos mercados outras facilidades estarão disponíveis como o e-commerce, a educação a distância, tele-estatísticas (medições em tempo real), e facilidades para a socialização dos serviços públicos como a marcação de consultas médicas, conferências de exames e dados cadastrais previdenciários, entre outras possibilidades.

    Também é notório que o sistema nipo-brasileiro adotado pelo Brasil, além de ser um extraordinário avanço em relação as outras soluções no mundo devido a eficiência do compressor de vídeo usado (H.264) é o fato dele usar um sistema abertos para o desenvolvimento dos aplicativos interativos e com forte participação de acadêmias brasileiras no seu desenvolvimento (domínio tecnológico nacional).

    Tanto a industria de eletro-eletrônicos brasileira como a de software já estão colhendo os frutos desta feliz escolha para o mercado latino-americano, e que tem como o seu principal interlocutor o então Ministro das Comunicações Hélio Costa e sua competente equipe técnica, bem como os acadêmicos e o apoio da industria nacional, que conseguiram vencer o forte lobby europeu que queria, novamente, “empurrar” o sistema ultrapassado e equivocado DVB para o Brasil.

    Só para lembrar o sistema europeu iria tornar a TV aberta (gratuita) em TV paga, como são hoje as TVs por assinatura (cabo e satélite fechado).

    Por lei os novos televisores já estão saindo de fábrica com o conversor incorporado e os conversores STB (Set Top Box) que inicialmente custavam R$ 2 mil hoje já são encontrados por menos de R$ 200 (com parcelamento sem juros nas principais lojas) e provavelmente veremos já no próximo ano valores abaixo de US$ 100.

    Existem mais de dez marcas de conversores STB a venda no mercado hoje (nacionais e estrangeiros), basta buscar na internet ou nas lojas de varejo dos grandes centros.

    Quase todos os paises da américa do sul adotaram o sistema semelhante ao brasileiro, também chamado de SBTVD ou ISDB-TB (onde o TB significa Terrestre Brasileiro). Isto é o verdadeiro marco de sucesso do sistema de TV Digital adotado.

    É meus caros….o futuro chegou, e o Brasil está na frente!

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  2. A tv digital é uma realidade, ainda não brasileira. Ressalto, Brasil não é Avenida Paulista. Agora que a luz está chegando em grande parte de nosso território ( com um certo atraso de quase 80 anos, diga-se de passagem) talvez a televisão possa ser a próxima. Acredito no Brasil, mas não dá prá acreditar nos políticos que o governam. Para o Brasil dar certo, corrupção deveria ser crime hediondo.

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  3. Eu já tenho minha TV Digital que comprei em doze parcelas (ainda não terminei de pagar). Estou satisfeita, apesar de não ter, ainda, os sinais perfeitos, e acho que isto é devido à torre de antena digital aqui do DF ainda não ter sido inaugurada, ainda não foi totalmente construida. Brasília ainda tem este tipo de atraso.

    Sabe? Não sei se é porque eu já viajei muito e morei em cidades muito diferentes e de gente de diferentes culturas, credos e classes sociais, cansei de ficar tentando generalizar e acreditar tudo pode ser igual e bom, igualmente, para todos. Acredito que isso é impossível e nem em países comunistas isso acontece. Há sempre um desejo a mais e pessoas em classes mais baixas reclamando por não terem ou estarem "tão bem" quanto as classes superiores. Já estive em lugares onde gente que nem tinha Tv vivia numa vida tão melhor do que quem a tem todos os dias; tudo natural, sem barulho, sem agitação da cidade grande, etc. Isso eu valorizo muito. E, "no fundo" essas pessoas sabem disso, tem consciência disto, desse privilégio que t~em em relação às pessoas que moram em cidades grandes.

    Por outro lado, já assisti até tribos indígenas assisitndo TV a cores; imagino que já tenham Digital por "aquelas bandas" também. E TV Digital também, proporciona a todos (aqui o toque "todos em geral" - ou você não acha este ponto bom?) terem acesso a programações livres, produzidas e escolhidas sem interesses de manipular as mentes, as intenções dos telespectadores, bloqueando canais de TVs à escolha dos proprietários dessas enormes empresas de TVs por assinatura, tirando a liberdade de poderem assistir a algum canal que não se submete aos interesses delas.

    Obrigada! Abraço!

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