Túlio, uma única vez.

O peso do mundo
Contrasta
Com a leveza do corpo.

A pele fétida,
O gosto insalubre nos lábios
Descreve uma sensação...
De erro!


Um grande erro!
Erro por olhar a moral,
Imoral ato que pede cena
E em cena o véu cai!

Revela-se a podridão do espírito.

Mas como foi o ato?
Através de um sonho incômodo,
radiante, parti minha cara,
amparada por uma mesa de bar.

Aqui, embriagado
pelo pecado
de pensar coisas obscenas,
No bico de tinta registro o erro,
de um santo sem altar,
de um herói sem moral.

Esta noite fui ladrão,
fui político desonesto,
fui portador de toda vileza humana,
fui a desgraçada libra cega de mim mesmo.

Chamo-me Túlio!
Um engolir do “jota” cristão,
Sou um miserável pagão,
condenado por uma mente regrada.

Por quanto tempo atuarei
nesse palco sem plateia?
Quanto ainda terei de perder
para que notem meu erro?

Túlio é mesmo um idiota,
Um novo bastardo pedindo emancipação
Mais um dos muitos que não liberto
Túlio é grande, é deserto.

Inspiração fútil que mal será revisitada
E assim, fétido como a pele, será exposto.
Túlio é monstro.
Uma enorme alma feita de “quase nada”.
Túlio é uma pobre piada.
Sem começo, sem meio e
Que aqui declaro: Acabada.



Ari Mascarenhas dez/2013