Influências Clássicas na literatura Moderna

O livro Fruto Vermelho apresenta, em alguns poemas, uma explícita influência da escola clássica com tendências Modernas. Isso pode ser observado tanto na forma como no conteúdo não apenas, é claro, nas reflexões de um jovem brasileiro ( pretensões surreais e descartáveis)mas em alguns ícones da nossa literatura, como é o caso de Mario Quintana por exemplo.
A busca pelo ideal sugerida na estética classicista propõe, segundo a critica moderna, duas vertentes históricas. Alguns defendem que esta temática, por conta dos elementos classicistas que retomam princípios greco-romanos, baseia-se no idealismo platônico. Outros, no entanto, defendem que a raiz desta busca pelo ideal nas composições clássicas surge do monismo idealista, a existência de ser indescritível, na obra de Plotinio¹.
Essa divergência de opiniões adverte sobre a linha de pesquisa adotada por cada teoria. O tema presente na composição de Camões pode ser classificado como neo-platonismo. Variações naturais do pensamento de Platão que, unidas as sanções impostas pela era medieval, geraram essa nova linha cognitiva. Após séculos de repressão o pensamento de Platão ressoa com um novo sopro de razão: liberdade. Essa explosão intelectual que se somou ao universalismo, racionalismo, antropocentrismo e ao paganismo foi tão avassaladora que seu “eco” pode ser ouvido séculos depois pelos idealizadores e escritores do modernismo no século XX. São tantas as manifestações da temática classicista presentes no modernismo que poderíamos afirmar, sem medo de cair em nenhum armadilha interpretativa de comparação, que o “grito de liberdade” entoado pelos classicistas, resultante do pensamento humanista que os antecedera e que representa o rompimento com a estética literária proposta pelos orphistas, antecessores ao modernismo.
Vejamos o soneto Sete anos de Pastor inspirado em outro soneto , de Petrarca² , per Rachel ho servido e non per dia . Idealismo presente no sonho de Jacob e personificado na imagem de Raquel. No soneto de Camões o racionalismo, apesar do encantamento que sofre o protagonista,se faz presente na oferta de trabalho e esforço medido, pela conquista de seu ideal.Resultante de um equilíbrio sóbrio entre razão e sentimento.

Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se em vê-la.

Jacob aprendia em sua racionalidade, mesmo com o passar do tempo, seu ideal de felicidade: Raquel. Vale Ressaltar que a mesma Raquel, no texto original em Gênesis é uma personagem que interage com o espaço, propõe ações, expõe opiniões e esboça atitudes próprias, enquanto que a Raquel de Camões transforma-se em um ideal de conquista, uma busca vital, uma promessa de felicidade.
O Soneto de Camões caracteriza-se como classicista pela estética,versos decassílabos, ordenados em quatro estrofes, sendo dois tercetos e dois quartetos; o que determina o equilibro peculiar deste movimento artístico. As rimas são consoantes em (a) (B) (B) (a), característica dos sonetos Camonianos.
Observando a temática, o poema apresenta uma retomada dos valores gregos, especificamente, sobre o ideal de Platão. A concepção de Mimesis também se faz presente no texto. Além do principio de harmonia que se estabelece nos antagônicos valores entre o “poder” e a submissão; segundo Nietzsche esta característica clássica é resultante de uma harmonia ampla em todos os setores da arte que, no seu entender, durante este período se faz muito mais apolínea do que dionisíaca. Se o equilíbrio esta na dosagem da moral com a paixão, ter caráter mais apolíneo é o que melhor contribui para tal pêndulo, haja vista que se existissem no mesmo patamar a paixão se sobressairia
Avancemos alguns séculos para observarmos a presença desta temática no movimento modernista. Usaremos como corpus de observação o poema de Manuel Bandeira Ultima Canção do Beco. Obra que apresenta características modernas na construção do pensamento introspectivo e retomada de valores do passado. Tais características somadas às temáticas singulares de Bandeira, como a solidão, o medo da morte, cotidiano em Santa Tereza, a família e a infância; temos aqui outra ilustração do idealismo Neo Platônico. O texto de Manuel Bandeira habita o eixo de sustentação da explanação anterior sobre as concepções modernistas do Segundo Período. Percebe-se uma preocupação mais amena com a quebra dos conceitos estéticos anteriores, pelo menos com certa exposição panfletária menor. Contudo os paradoxos e as antíteses, resultantes de sua bipolaridade, apresentam-se de maneira destacada, salvo nas articulações sobre a concepção do ideal , onde o poeta mostra-se convicto de sua afirmação.
A individualização de um universo paralelo, utilizada no trecho que fala de seu quarto, reduto de produção cognitiva, é habitualmente retomada na poesia de Manuel Bandeira. Em seu Poema mais famoso Vou embora para Pasárgada eis que esta individualização surge como trilhos condutores de toda construção que se segue, traçando um espaço atemporal de fuga e alimentação de valores.
Ultima canção do beco possuí um eu-lírico residente na formatação hermenêutica do autor e um espaço introspectivo constituído de valores diacronicamente imergentes.
O beco é a memória de um determinado momento da vida do “eu - lírico”; imagem que lhe vem carregada de lembranças boas e ruins, mas que o mesmo deseja que fique apenas nas lembranças. Um passado que quando presente fora presente não era tão poético assim.
O espaço mais sagrado do eu-lírico é o quarto. Nota-se o amor pelo seu universo que teve um significado muito maior do que as imagens mundanas. Já que o quarto permanecerá de forma imperfeita aos olhos do mundo das aparências. O universo criado para suprir a necessidade de afeto que outros espaços ofereciam. Os grandes instrumentos de construção do seu Eu ficarão vivos e continuarão com sua importância intocada.

Instrumentalizado com suas elipses, Bandeira reflete a exposição de um universo individualizado e delimitado ao quarto que morou. Além disso, apresenta a relação deste universo com a sociedade também resumida ao beco de sua infância. Os equilíbrios entre o sagrado e o profano , o ideal e o real ;presentes no poema nos comprova a retomada da temática clássica ,que reaparecerá , de uma maneira quase metalingüística,no poema de Mario Quintana Da realidade.
O olhar lúdico de Quintana serve-nos com uma interpretação palpável da teoria de Platão. Se o plano que se deseja de uma existência é a verdadeira razão dela mesma, pode-se afirmar que a realidade não satisfará, em momento algum, a trajetória de vida do homem. Conforme observamos no processo evolutivo do pensamento de Platão, que se agregou aos valores de ideais libertários do pensamento poético classicista, percebe-se um movimento de transformação da temática também nos moldes modernos.
As características modernas aplicadas ao texto de Manuel Bandeira, em partes, podem ser aplicadas ao poema Da Realidade de Mario Quintana. No entanto, inseri-se aqui , os preceitos de Práxis e suas conclusões objetivas que remetem a intenção filosófica à prática. De acordo com esta inclinação ao pós-modernismo podemos afirmar que a vertente do pensamento platônico avança sobre a contemporaneidade com força equivalente ao período clássico dada a capacidade construtiva e de adaptação dos modernistas
O moderno e o pós moderno que adaptou o ideal no contexto de teorização, a fim de entendê-lo mais profundamente, ao contrário do classicismo que se preocupou , aparentemente em maior escala, com sua exibição;dando vida aos sentimentos e transformando-os em arte.

Notas:

1- Plotino (d.c. 205 - 270), natural de Licopólis, Egito, foi discípulo de Amônio Sacas por 11 anos e mestre de Porfírio. Plotino nos legou ensinamentos em seis livros, de nove capítulos cada, chamados de As Enéadas.
2- Petrarca- (1304-1374) ,foi um importante intelectual, poeta e humanista italiano, famoso, principalmente, devido ao seu Romanceiro. É considerado o inventor do soneto.

A Língua das Mariposas

Em tempos que a discussão sobre a qualidade de ensino no Brasil parece ter alcançado os patamares populares, lembrei-me de um filme que assisti há 5 anos que retrata a necessidade da reforma educacional principalmente no que tange o seu método educacional.. No filme o contexto é a revolução espanhola que modifica radicalmente a vida de uma sociedade católica constituída, no Brasil o contexto é a miséria de perspectiva que perpetua a dor de milhares de brasileiros e cega outra parte que acredita viver num país de igualdade de oportunidades. O discurso do sistema continua convencendo a emergente classe média de que “nunca na história deste país estivemos tão bem”.
O fato é bem simples de esclarecer, basta que o cidadão precise de um hospital público, seu filho de uma escola descente, e que ambos necessitem de segurança para caminharem nas ruas; e todo o discurso ideológico de Brasília cairá por terra.
Não existe outra saída que não seja a educação e seu rompimento com a escolástica moderna da qual bebem os antigos e recém formados professores da rede pública, salvo raras exceções, que estão preocupados com seus salários somente e esquecem suas obrigações.Metade da responsabilidade de nossa decadência educacional deve-se ao descaso do governo, a outra metade é atribuída aos profissionais de péssima índole acadêmica que atuam na direção e na condução das aulas na maioria das instituições públicas de nosso país.
O Filme chama-se “ A Língua das Mariposas” (Lengua de las Mariposas). Trata-se de um drama espanhol dirigido por José Luis Cuerda que retrata a relação de aluno ( Moncho) e Professor em meio aos dias que antecedem a revolução espanhola.
Em diversas cenas do filme podemos identificar a prática pedagógica adotada pelo professor. Ela é voltada para o “deslumbrar do conhecimento” através da abertura de um novo universo captado pela sensibilidade do aluno. Em um determinado momento, vemos o professor oferecendo à seus alunos um aprendizado por meio do despertar de suas curiosidades pessoais.
O primeiro passo então é transformar a necessidade do conhecer no desejo do descobrir. Aguçando a curiosidade e alimentando-a com a educação. Assim, o aluno segue em busca do conhecimento um caminho traçado por uma guia com o conduzirá ao “novo”.A forma de OLHAR passa a ser diferente, mais detalhada, mais sensível, mais aberta aos novos horizontes do Saber.
Essa não é o único método pedagógico eficaz, mas é bem diferente dos falidos métodos mais aplicados nas salas de aulas brasileiras: “proíbe tudo” ou “libera tudo”.
Caro professor segue uma boa dica de filme para seus finais de semana, ao invés de ficarem vendo o Domingão do Bobão ou qualquer outra porcaria na TV.




A Língua das Mariposas
(Lengua de las Mariposas, La, 1999)



Ficha técnica

Direção: José Luis Cuerda
Roteiro: Rafael Azcona, José Luis Cuerda, Manuel Rivas
Gênero: Drama
Origem: Espanha
Duração: 96 minutos
Tipo: Longa-metragem



Sinopse: O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, quando ele reconhecerá a dura realidade de seu país. Rebeldes fascistas abrem fogo contra o regime republicano e o povo se divide. O pai e o professor do menino são republicanos, mas os rebeldes ganham força, virando a vida do garoto de pernas para o ar.

Série de Biografias de grandes nomes da música Universal são lançados pela Algol editora.

O Cigano Visionário, O Menestrel de Deus, Sinfonia fantástica e O Cantor da Finlândia ;são os grandes lançamentos literários de 2009.

O nome Lauro Machado Coelho nos remete ao universo musical na cia de um dos maiores críticos de música de nossa história. O Grande Machado Coelho,pelo amor imensaurável que sente pela cena lírica, lança nesses meses de Outubro e Novembro de 2009, pela Algol editora, uma série de biografias inéditas em língua portuguesa sobre os maiores nomes da composição e exposição da música ocidental.
Aproveito a oportunidade para registrar aqui a minha homenagem à este grande biógrafo e pesquisador da nossa literatura contemporânea.
Confira abaixo a sequência de lançamentos, nesses meses, dos livros de Lauro Machado Coelho. Agende-se e compareça a esta festa da música Universal.

O Cigano Visionário: Vida e Obra de Franz Liszt
Lauro Machado Coelho
A Algol Editora lançou em 14 de Outubro às 19hs na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Higienópolis, o livro “O Cigano Visionário -- Vida e Obra de Franz Liszt” do jornalista e crítico musical Lauro Machado Coelho.
Autor de “Anna, a Voz da Rússia”, uma biografia da poetisa russa Anna Akhmátova, publicado anteriormente pela Algol Editora, Lauro Machado Coelho inicia com esta nova obra uma série de biografias de compositores eruditos que, apesar da importância de suas obras, têm sido encarados com certo desdém pela crítica moderna. Estão previstos para comparecer nessa série, Berlioz, Bruckner, Bartók, Mendelsohn e Sibelius.
Durante muito tempo, teve-se de Liszt a imagem pré-fabricada, transmitida mecanicamente de um musicólogo ou historiador para outro, de que ele não tinha passado de um pianista que também compunha. Mas Lauro mostra que esse estado de coisas deve pertencer ao passado. Franz Liszt é o homem de gênio que praticou os mais diversos gêneros musicais, sempre de uma maneira muito livre, sempre repensando as estruturas tradicionais com a mais desenvolta criatividade. O catálogo de suas composições eleva-se a 768 ítens.
É o homem, cujo gênio não excluía um quase vulgar exibicionismo; que misturava sensualidade e misticismo; que era de uma generosidade assombrosa, mas podia ser, ao mesmo tempo, vaidoso, arrogante e caprichoso. Mas que, sobretudo, era de uma incansável dedicação à tarefa, por vezes árdua, de impor ao gosto do público o talento de seus contemporâneos: Chopin, Berlioz, Schumann e, principalmente, Richard Wagner.
Era profundamente religioso, mas a sua visão da missão da Igreja aproxima-se muito do catolicismo progressista de hoje em dia. Numa época em que o anti-semitismo era muito comum em toda a Europa – e estava, inclusive, fortemente arraigado em pessoas que lhe eram muito próximas – não há, em seus escritos ou em sua vida, nenhum indício de que tivesse qualquer tipo de discriminação de raça, crença ou maneira de pensar.
Quando Liszt morreu, em 1886, era o último sobrevivente de uma grande geração romântica formada por Berlioz, Chopin, Schumann, Mendelssohn, Wagner..



O Menestrel de Deus : Vida e Obra de Anton Bruckner
Lauro Machado Coelho
Aquele homem de personalidade singular espantava pelo seu comportamento incomum: a profunda religiosidade convivendo com uma mórbida atração pela morte; a numeromania compulsiva, numa pessoa de modos simples, interioranos, que parecia deslocado na sofisticada Viena, capital do Império Austro-Hungaro. E, no entanto, ele revolucionou a História da Música.

A história do compositor que, recebendo o legado sinfônico de Beethoven e Schubert, abriu caminhos inteiramente novos para a sinfonia do futuro, é narrada pelo jornalista e crítico musical Lauro Machado Coelho em O Menestrel de Deus : Vida e Obra de Anton Bruckner, da ALGOL Editora.
Segundo volume de uma série de biografias de compositores que se iniciou com O Cigano Visionário, sobre Franz Liszt, O Menestrel de Deus foi lançado no dia 26 de Outubro, às 19hs, na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Higienópolis. A coleção prosseguirá com volumes dedicados a Hector Berlioz, Jean Sibelius, Béla Bartók, Felix Mendelssohn.
Nascido em 1824, na Baixa Áustria – três anos antes da morte de Beethoven – Bruckner viveu 72 anos (a La Bohème, de Puccini, foi escrita em 1896, o ano de sua morte). E, no entanto, a sua produção é tão pessoal, de certa maneira tão independente do que acontecia à sua volta, que foi necessário esperar pelo século XX para que a originalidade de suas sinfonias e de sua música sacra fosse reconhecida.
Neste livro – o primeiro a ser publicado em português sobre esse compositor – Lauro Machado Coelho traça um retrato do homem, de sua formação como músico, e de seus esforços para fazer aceitar a sua obra – inclusive revisando e deixando revisar tantas vezes as suas sinfonias, que legou, aos músicos do futuro, a missão delicada de decidir qual é a sua versão mais autêntica. Mas também da obra única de um homem que animado por uma fé sem conflitos em seu “bom Senhor Deus”, deixou uma obra de intensa espiritualidade.



Sinfonia Fantástica : Vida e Obra de Hector Berlioz
Lauro Machado Coelho
Três anos apenas após a morte de Beethoven, a estréia em Paris, em 1830, da Sinfonia Fantástica, a primeira obra do gênero de Hector Berlioz, significou uma verdadeira revolução para a História da Música. Assim como a Fantástica renova a sinfonia, cruzando-a com o poema sinfônico, as demais formas fixas foram praticadas por Berlioz com igual criatividade: Haroldo na Itália é uma sinfonia sob a forma de um concerto para viola e orquestra; Roméo et Juliette equilibra-se entre a sinfonia e a cantata, com alguns traços operísticos, e assim por diante.

Esta é a razão – como mostra o jornalista e crítico musical Lauro Machado Coelho, neste terceiro volume da coleção de biografias de compositores que está sendo lançada pela Algol Editora – para que a música de Berlioz, considerada anárquica e anticonvencional, tenha tido muita dificuldade em ser aceita na própria França. Sinfonia Fantástica: Vida e Obra de Hector Berlioz é a história de como – na sua vida como na sua arte – este rebelde recusou-se a submeter-se a outra coisa senão a seu próprio: desde a opção de tornar-se músico, contrariando a vontade do pai de que ele fosse médico, até a construção de uma obra que é de constante e agressiva originalidade.
Músico genial, crítico exigente, ensaísta inspirado e dono de uma prosa ironicamente elegante – o que faz de suas Memórias uma leitura deliciosa – Berlioz é o típico artista romântico polivalente, aberto a todas as experiências do espírito. Neste livro – o primeiro a ser publicado em português a seu respeito – Lauro Machado Coelho nos faz também conviver com um ser humano intransigentemente apaixonado, cuja vida reflete claramente a riqueza de aspectos de uma das fases mais fascinantes da história da arte européia.

Terceiro volume de uma série de biografias de compositores, precedido por O Cigano Visionário – Franz Liszt e O Menestrel de Deus – Anton Bruckner, Sinfonia Fantástica será lançado no dia 11 de Novembro, às 19hs, na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Higienópolis. A coleção prosseguirá com volumes dedicados a Jean Sibelius, Béla Bartók, Felix Mendelssohn, Francis Poulenc


O Cantor da Finlândia: Vida e Obra de Jean Sibelius
Lauro Machado Coelho
Quando ele nasceu, Berlioz ainda estava vivo e seu país era uma província do Império Russo. E quando morreu, em 1957, a Finlândia passara por duas guerras mundiais e sobrevivera à invasão soviética, tornando-se um regime solidamente republicano. A saga desse país se reflete na música de Jean Sibelius, cujo nome e obra se confundiram com a própria identidade finlandesa, pela qual ele lutou desde cedo.
Mas Jean Sibelius, mostra o jornalista e crítico Lauro Machado Coelho em O Cantor da Finlândia, não foi apenas o músico nacionalista que, para seus poemas sinfônicos, procurou inspiração nas narrativas mitológicas recolhidas na Kalevala, a coletânea de poemas populares reunida por Elias Lonrött. Ele foi também um dos maiores sinfonistas do século XX que, mantendo uma total independência em relação às correntes de vanguarda com as quais conviveu, formou uma linguagem própria e inconfundível e, em suas sete sinfonias, renovou os esquemas do gênero.
O Cantor da Finlândia faz o retrato do homem extremamente dedicado à família, mas que sempre foi incorrigivelmente perdulário e viveu endividado, além de ter sérios problemas com o alcoolismo. E mostra como, ao lado disso, Sibelius foi um compositor de extrema exigência consigo mesmo, que praticamente não compôs mais depois de 1927, a data de Tapiola, seu último grande poema sinfônico. Essa intransigente auto-crítica foi a responsável por ele ter provavelmente destruído o manuscrito da Oitava Sinfonia, pela qual o mundo musical esperou vários anos.
Primeiro livro escrito em português sobre Jean Sibelius, e o quarto volume de uma série de biografias de compositores, precedido por O Cigano Visionário – Franz Liszt; O Menestrel de Deus – Anton Bruckner e Sinfonia Fantástica – Hector Berlioz, O Cantor da Finlândia será lançado no dia 26 de Novembro, às 19hs, na loja Clássicos Sala São Paulo. A coleção prosseguirá com volumes dedicados a Béla Bartók, Felix Mendelssohn, Francis Poulenc, Benjamin Britten.


Você pode adquirir seu livro através do site www.algoleditora.com.br ou ainda através do Blog oficial: algoleditora.blogspot.com.br

Boa Leitura.

20 de Outubro - dia do Poeta


Essa é uma data muito especial pra quem escreve e principamente para quem lê poesia.
Hoje é o dia do Poeta e, consequentemente, o dia da poesia.
O poeta não é um profissional, ainda que ele se profissionalise nisso, antes ele é um sonhador. Uma espécie elevada que capta o mundo por todos os póros sensitivos de um corpo em constante comunicação com o que o circunda. O poeta é receptivo a tudo que lhe possa atingir. É uma antena gigantesca que percebe o mundo em minuscias as vezes despercebida. O poeta não precisa escrever, ele pode cantar, pode dançar, pular, encenar , ou simplesmente contar o que viu , como viu e o que sentiu. O poeta é o instrumento para que o espaço se manifeste, o acaso grite e o tempo possa urgir fisicamente em tempos onde o real é somente aquilo que se vê ou se toca.
Por essas e outras que esse dia deve ser comemorado em todos os cantos do mundo, já que a poesia é universal, e não distingue raças ou crenças, ao contrário, une os sonhos.


Em homenagem a este SER de extrema necessidade para a humanidade, transcrevo nesssa página uma das canções mais lindas que já ouvi, que eleva essa figura ao estatus de semi-deus de maneira mais do que justa. O Poeta é um semi-deus....a poesia é DEUS!!!


Milton Nascimento - Guardanapos de Papel

(adaptação da canção :Biromes y servilletas)


Em minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas e sempre aparecem quando
Menos aguardados, guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Onde vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas ...fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas, se contetam com migalhas, migalhas,
migalhas
De canções e brincadeiras com seus versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são alcançados
Alcançados, cansados, cansados, mas nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem
Escrevem o que sabem o que não sabem
E o que dizem o qu não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
Confusas, em delgados quardanapos feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas lunáticas
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo para depois voltar pro Rio de Janeiro






Parabéns à todos os poetas.
Em especial à todos os poetas do Brasil, famosos ou não, mas que fazem da poesia sua eterna Missão.

O casamento é uma instituição falida?

Ouço essa discussão há muito tempo e percebo que, a medida que o tempo passa, o tema é cada vez mais presente em nosso dia-dia. Isso acontece, penso eu, pelo fato de que o casamento, no mundo ocidental, ainda é uma esperança de unidade que aos poucos foge por entre nossos dedos nessa Era em que o imediatismo e "o prazer á todo custo" são as ordens da vez.
A família, na essência de sua estrutura, inicia-se na união de um casal que funde seus projetos e desenham um cartesianismo comum a fim de construir a seqüência de uma geração. Filhos podem surgir na ausência diária de pais e mães, mas certamente se surgirem dentro desta constituição que sugere uma estabilidade estrutural maior, poderão ter mais chances nas elaborações de seus projetos à longo prazo e assim terem em seus objetivos sociais a constituição de famílias geradas pelo casamento.
Ou seja, o casamento verdadeiro, não o institucional, quando vivido de maneira consciente e respeitosa pelo casal, serve de uma base sólida para a edificação dos sonhos dos filhos, conseqüentemente, na construção de um futuro previsível, logo, menos caótico.
O poema “ Quase teorizei” do livro Fruto Vermelho, reflete um pouco dessa esperança estrutural que o casamento oferece aos candidatos ao litígio.No poema, existe uma preocupação em racionalizar esse momento que, no cotidiano, saltou do campo dos sentimentos, para o satírico e por fim para o temor.

O casamento é um ato social que deve ter seu objetivo compreendido antecipadamente, pois se trata de uma ação diária que requer comprometimento e projeto, e que não deve ser jogado. As relações de um casal, unidos em matrimônio ( insisto- não institucional) não pode ser encarada como um jogo, uma disputa, uma competição; mas sim como, bem representado pelo anel, uma aliança entre dois seres dispostos a superar as dificuldades e comemorar as conquistas.


Com pouca capacidade de construção
acordei querendo catalisar
concepções comuns
acerca do casamento.
Querendo conquistar meu interlocutor
calculei os vocábulos em busca de um conceito.
Concreto.
E eis a conclusão!!!
Que a constituição de cotidianos cenóbitos
se concentrem em coerentes caminhos
“equacionados”.
Com riscos calculados.
“Calefados” em cápsulas de consentimento
companheirismo e corpos carinhosos



In Fruto vermelho: Arte, sentimentos e sociologia nas reflexões de um jovem brasileiro. Pag. 113 Ed Baraúna – São Paulo-2008

Crítica ao livro " Fruto Vermelho" - por : André Luiz Lacé

Mestre André Luiz Lacé e o Fruto Vermelho.

Estou com uma longa lista de livros que ainda não tive tempo de ler.
E a lista que só faz aumentar, livro até de Aracaju City, terra de minha mulher, da qual não é difícil gostar. Refiro-me à terra, mas serve também para a mulher. De lá acabo de receber livro do Pedrinho dos Santos, um dos últimos dos moicanos marxistas. Gente fina, excelente pesquisador da história local.
De amigo velho, colega de docência universitária, recebi livro sobre médica heróica que venceu sua própria dificuldade mental.
Da Arly, brilhante enófila, que cito no Marraio, ganhei três livros policiais, todos ambientados em vinícolas, idéia invejável, que exige leitura regada à vinho. O que significa um porre por livro.
E por aí vai.
Essa longa e irritante preliminar é para comunicar que passei, como disse que ia passar, seu livro para o primeiro lugar da fila. Como se fosse astro da Globo entrando em avant-première. Meu único receio era não gostar.
Pois, afinal, estou lhe devendo observações.
Paranaense-carioca, com quase setenta anos de praia, muita esquina (famosa Miguel Lemos dos áureos tempos) até desconfio do seu entusiasmo pelo Marraio, mas, pragmaticamente, decidi:
- Se os elogios são exagerados, não tem a menor importância, é o que basta para meu ego colocar óculos escuros - para não ser reconhecido - e sair, de mestre-sala, na Banda de Ipanema.
Comecemos, então, por aí - ego! - seu livro foi uma excelente e oportuna surpresa:
"Ao meu ego
eu não me entrego"
(Empatia, p.57).
Excelente galhardia. Vamos, entretanto, "arrecuar os arfes para evitar a catrástofi", como dizia o Neném Prancha, técnico de futebol de areia, quando o time adversário estava começando a golear. Ou seja, vamos começar do começo, ou mais precisamente da página 43, onde e quando comecei a rabiscar seu livro:
"Sorria, você está sendo enganado"
...
" O demônio domina os dominantes". (Visão Verde).
Gol de placa, paulista!

Em seguida uma "paranóia capitalista" que seria um belo mote para cantoria imperdível entre os poetas-repentistas Jesus Cristo, Marx e Einstein. Com todo respeito.

Aí, você mata no peito e chuta de prima:
"A tinta desliza sobre o papel
pedinte de criação"
(A dança, p.51).

As páginas 67 e 69 - Estrutura e Re-estrutura - jogam um mano-a-mano muito especial. Que ninguém meta o bedelho.

"Que essa pobre rima manejou" (Sorriso, p. 73), outra jogada de craque.

Quanto a terceira parte - Interregno incoerente - aparentemente a final, como preliminar, adianto que não me pareceu nem Final, nem Interregno, muito menos Incoerente. No que você há de concordar, até porque novo livro já está no aquecimento.

"Todos estão surpresos com o sucesso do medo" (Desconexão Musical, p.111) é frase que faz balançar o até agora sábio entendimento de velhos mestres de capoeira de que "roupa de homem não dá em menino".

Ao apagar das luzes do Maracanã, você manda um Itapecerica da Serra que vou lhe contar: seu eu fosse prefeito de lá, articularia com a egrégia câmara municipal uma homenagem qualquer para você. E quem vos fala é um municipalista convicto.
Em suma, como diriam minhas filhas, você "mandou" bem.
O livro está todo riscado, mas paro por aqui, não sou crítico de literatura, mas, se fosse, e tivesse uma coluna em algum jornal, seu livro seria o tema nessa segunda-feira.
Parabéns.



André Luiz Lacé Lopes - é autor de diversos livros dentre eles uma verdadeira pérola cujo título é " Marraio Feridô Sô Rei". Membro do Clube de Regatas Flamengo. Defendeu a tese de mestrado em administração na Universidade de Syracuse, N.Y. 1971.

Conheça o trabalho do autor no site: http://www.kompac.com.br/lace/lace_port.htm

A crítica e o meu direito de ler.


A primeira vez que li Crime e Castigo, o que mais me impressionou foram as descrições ambientais do autor. Por ora, não havia mergulhado no labirinto de interpretações pessoais pregado na obra. Ainda assim, isso não pôde passar despercebido.
A semelhança machadiana, comparação minha por que sou brasileiro, foi inevitável. Minutos de pura tensão me prenderam a obra que retrata uma angústia sem fim. A dor da necessidade em colapso com a moral, que condena Ródia por um crime ainda não cometido, estabelece o alicerce maleável dessa introdução. Essa ansiedade pela punição mundana, que não tardaria, consome o protagonista de maneira tão envolvente em seu intelecto orgânico que acaba por incapacitá-lo para análises e ações básicas do cotidiano. O encontro com uma prostituta, dona de um controle sob seus atos muito superior a pobre tentativa de Ródia em se manter sóbrio, fez com que questionássemos princípios de ordem e civilidade há tempos definidos, na sociedade moderna, com afirmações empíricas e paradigmáticas.
Bem essas foram minhas primeiras percepções sobre Fiódor Mikhailovich Dostoiévski, e por um tempo, acompanhando O jogador e O idiota, estiveram vivas em minha mente. Mas foi com Os irmãos Karamazovi que esse ícone da literatura russa mais me surpreendeu. Nessa obra não havia cavalos torturados em praça pública, nem crianças mendigando sobre a pressão de uma mãe louca, não havia confrontos hierárquicos de uma corte decadente com uma burguesia emergente; mas havia outros conflitos que mais uma vez superam as expectativas adjacentes de quem leu seus primeiros trabalhos. Havia, naquele livro que eu acabara de descobrir aos dezesseis anos, uma série, quase que infinita de quebrantos sobre formas nem sempre re-construtivas de conceitos naturais da sociedade a qual me insiro.
Os episódios mais marcantes desta novela eu poderia assinalar da seguinte maneira: O Homem humilhado até o extremo de sua insignificância, a vingança de uma criança contra o abade, um baú de sabedoria emitindo um odor póstumo que o aproximou de uma carniça, um parricídio, um louco, um ateu suicida e um padre não que crê em Deus. Não sei dizer o que mais me impressionou, mas posso afirmar o  porquê de todos esses pontos serem marcantes na obra...
... Estamos falando de um criador que revolucionou o realismo e faz das características de uma sociedade em ascensão uma gigantesca caricatura da decadência humana. Os críticos analisam a obra de Dostoiévski sobre o prisma de um autor que sofria inúmeros problemas de ordem familiar, financeira e pessoal. Eu , como um simples leitor, deleito-me sobre a obra de Dostoievsky fundamentado na minha paixão pela literatura que pode ser ou não objeto de análise. O que diferencia o autor do crítico, é que o autor produz e o crítico observa o que já está pronto. Por isso, os séculos passarão, e o Jovem  Moscovo será lembrado pelo que criou em seus 59 anos de existência, enquanto Grigory Vinokur e seus amigos, hoje, quase ninguém os conhece.
Não sou critico, sou leitor. O trabalho dos critícos de literatura, assim como de outras artes, em alguns casos, é extremamente dispensável, principalmente quando consideram as linhas de pensamento que suas entidades exigem, fechando-se para a pluralidade de reflexões e interpretações que uma boa obra nos oferece.
Dostoiévski nos ensinou que por detrás de toda muralha há uma estrutura e que por mais sólida que esta estrutura pareça aos nossos olhos, sempre existe uma leve rachadura ou oxidação passível de, sob a brisa da inconsistência existencial, ruir com toda a aparência.

Seguem minhas sugestões de leitura neste mês de Julho.

•O Idiota
•Crime e Castigo
•Os Irmãos Karamazovi
•O Jogador
•Os Demônios

Todos de Dostoiévski que sugiro como leitura, entretenimento e principalmente para agregar conhecimentos.

Quando o pequenino azul descobriu o mundo.

Queria dizer muita coisa, mas não é preciso muito dizer.
Afinal como declarar em verbetes o que mal conseguimos falar?
Então, como a dissertação não é meu forte, vou narrar uma pequena história para ilustrar esse momento especial.
A cidade era pequena, todos se conheciam, sabiam da vida de cada um e eram muito parecidos. Cada qual com a sua cor azul, com seus dedos longos, com seu olhar vazio, com seus sonhos mortos e enterrados. Sol? Há tempos não se via. Apenas uma bola gigante de cor estranha, amarelada, que insistia em furar o pano negro todas as manhãs. As crianças não existiam , eram apenas pequeninos que já pensavam, agiam, pagavam e compravam como adultos; de acordo com sua capacidade de consumir. Nada de ingênuo. Todos eram fortes, sentimentos eram para os fracos, mas isso também já há tempos estava extinto.
Entre as inúmeras casas daquela cidade, laranjas, havia uma que insistia em ser verde. Nela morava um pequenino, sozinho, que não entendia porque tudo era igual. Por mais que ninguém assumisse, essa era a realidade. O pequeno da casa verde não se achava forte, o que o fazia diferente dos demais.
Certo dia, passeando num parque de areia, o pequenino que morava na casa verde sentiu um leve toque no seu rosto, era uma doce e delicada Joaninha, toda vermelhinha com suas bolinhas pretas e anteninhas atentas. O Azul ficou vermelho e junto de sua casinha verde viram o amarelo do Sol, que iluminou o caminho da pequena lady e do pequeno que agora se sentia lorde....


... o resto da história todos já sabem. O MUNDO FOI SALVO!!!


Para você, minha doce Joaninha, com todo o meu amor.
Do sempre, sempre teu!!!

Ari SM Campos

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Mario Quintana - O Poeta Passarinho


Caros Amigos

Gostaria de compartilhar com meus leitores um poeta que surpreende a cada poesia. E que a cada releitura é uma nova poesia.
Mario Quintana escreveu suas primeiras poesias em um colégio Militar e já foi balconista de farmácia.
Irônico, Irreverente, mas de forma alguma ácido.
Para mim Quintana sempre criticou com a leveza mas com um foco explícito.
Era um verdadeiro nômade, quase não tinha residência fixa, por onde andava via e escrevia o que sentia. A Alma do poeta gritava-lhe a garganta e tremiam-lhe as mãos. Escreveu com amor e com invejavél precisão quando deixou no papel quase toda a sua vida entre marcas e sinuosas palavras. Palavras entre Borrões.
O Homem Mario Quintana nos deixou em 5 de maio de 1994, já o Poeta nunca nos deixará.


POEMINHO DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!


Visitem: http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana/

Leia Quintana e aprenda a rebelar sem anarquisar. Mario Quintana o poeta Passarinho.

As mulheres pagãs


Poema extraído do livro - Fruto Vermelho ( Iª edição 2008,pag 37)



As Mulheres pagãs


Estamos com medo!
Não temos caixas de maçãs.
É tudo real!
Na terra das mulheres pagãs.

Pra que tentar usufruir
do medo de nossas irmãs?
De não ter nada a temer
na terra das mulheres pagãs.

O preço da liberdade
sob análise deitado no divão.
Ouro e prata não temos
na terra das mulheres pagãs.

O sol não brilha mais.
A lua e os outros astros do clã
reclamam sua ausência
na terra das mulheres pagãs.

Oh! Salve! As mulheres pagãs.


FV

Recomeço

O Mundo só tem forças pra recomeçar
quando se depara com o olhar simples
e ingênuo das crianças.

Anúncio dos finalistas para o XII Prêmio Carlos Gomes



Fim do processo de avaliação


Na última quinta-feira foi encerrado o processo de avaliação dos finalistas do XII Prêmio Carlos Gomes de Ópera & Música Erudita.

Os três ou quatro mais bem colocados na avaliação do colegiado serão os finalistas e concorrerão aos prêmios por categoria.

É esperado para hoje o anúncio dos finalista desta edição e no dia seguinte começará o processo de escolha dos vencedores através de dois meios de votação.

O primeiro é restrito somente ao corpo de jurados (Músicos, Profissionais e Especialístas do Meio) e a segundo é o Voto Popular aberto ao Usuário de Internet através do nosso site.

Esta chegando a hora de sabermos que serão os grandes vencedores desta edição.
Parctipe você também desta escolha, acesse o site www.premiocarlosgomes.com.br cadastre-se e dê o seu voto.

Solidão




Solidão não é som nem canção.
É gélida névoa na imensidão.
É medo sincero, somente solidão!


Solidão não é luz nem lampião.
É latrina apagada na alameda.
É lima com faíscas de desilusão!

Solidão não é doce nem sedução.
É drama no ápice da tragédia.
É produto de luto no coração!


Ari SM Campos

31 de Março de 2009 - 31 anos




Pra comemorar este aniversário gostaria de registrar uma poesia, parte integrante da obra Fruto Vermelho, que meu coração selecionou para esta data especial.

Estrutura

Ah, que vida corrida!
Árvores, praças
lagos e construções.
Estrutura e arquitetura!

Esse comboio de ferragens
andam me fazendo bem...

Ora, tudo isso é um porre!
A vontade que tenho
é viver de folclore.
Com uma vida tranqüila,
no meio do mato de Itapecerica.
Na pele de Donzela e meretriz
ao lado do homem que me faz feliz.




Lançamento do livro Ópera à Brasileira - Dia 27/03 às 19hs


Veja o Release do livro


Ópera à brasileira
Organização: João Luiz Sampaio
Sergio Casoy, Heloisa Fischer, Nelson Rubens, Lauro Machado Coelho, Leonardo Martinelli, Roberto Duarte, João Batista Natali, Irineu Franco perpetuo, João Marcos Coelho, Renato Rocha Mesquita, Luis Fernando Malheiro, Jamil Maluf, Cleber Papa, Abel Rocha, Luis Gustavo Petri e Ira Levin.
Obra reúne a opinião de especialistas sobre a presença da ópera em território tupiniquim; suas transformações, funções, diferenciais e sucesso. Considerando questões como qualidade, acesso, espaços, políticas de incentivo, contribuições da mídia, sociabilidade, estética e mercado. Os artigos despertam outros olhares para temas como valoração e valorização excessiva da imagem em detrimento a itens alicerces da ópera como “voz”, por exemplo; a elitização do gênero, as leis de fomento cultural, a empregabilidade de profissionais da área nas instituições de ensino, entre outros. Sintetizando, Ópera à brasileira é um livro que sugere um diálogo conciso e edificante sobre o papel da ópera no Brasil, como confirma o organizador, João Luiz Sampaio, em sua introdução da obra:
“... o livro é uma defesa apaixonada da ópera como forma de arte (...) sua consolidação em nosso tempo, pode ajudar na compreensão e redefinição da vida cultural no país”.

Ficha técnica:
ISBN 978-85-60187-15-7
Formato: 15 x 23 cm
Brochura
200 págs. + caderno 32 páginas com imagens coloridas



Aguardamos sua presença.

XII Prêmio Carlos Gomes


Olá amigos!
Vamos dar uma pausa no assunto "Fruto vermelho" para falar de um evento singular que acontecerá no dia 11/05 na Sala São Paulo e é de extrema relevância para o futuro cultural deste país. Trata-se da XII edição do Prêmio Carlos Gomes. Veja os detalhes no site www.premiocarlosgomes.com.br ; Compareça ao evento ( ENTRADA FRANCA ) e prestigie os melhores da música erudita de 2008.

Comentários sobre o poema: O canto da Múmia

Amigos A partir deste post, farei alguns comentários ( verso /verso) sobre os textos do livro Fruto Vermelho. Não há pretensão alguma de excluir todas as possibilidades de interpretação, mas sim mostrar , de forma mais dissertativa, minha visão na confecção de alguns textos. Peço a ajuda de vocês, para que registrem nos campos de comentários suas opiniões e possamos abrir um debate interessante sobre este trabalho que acabamos de começar. O canto da Múmia ( logo, o canto de um nobre) Cantos e santos proclamados. (Absurda maneira de se valorizar mantos e matérias) Nossa casa não é de ninguém. ( a ambição ultraja os limites da matéria) Nem creio que seja um dia, ( rezarei para que isso não aconteça) A eterna morada real ( aqui já tem dono) Dos temores e da essência do mal ( valores de domínio público... Das riquezas ou misérias do bem. ( ...não servem para aqui estarem) Em vida se busca partido. ( hipocrisia) Tentando sobreviver à morte. ( único objetivo comum no poder) Nem creio que seja um dia ( rezarei para que isso aconteça) Soterrados pela pobreza, ( já habituados com as desgraças) Engasgados pela tristeza. ( primazia em todos os campos) Reféns de sua própria sorte. ( é o que lhe resta) Mas o pobre não é social ( muito bem, agora estamos menos mentirosos) Minha tumba é mais que seu lar ( é... é meu lar) Nem creio que seja um dia. ( rezarei para que isso não aconteça) A minha séria demagogia ( ...) Lembrada com nostalgia ( deixo os feitos da coroa para os historiadores) Que desse pão vá se alimentar. ( certamente, mesmo que eu quisesse, isso não teria valor no futuro) Quando, ainda pré-adolescente, visitei uma feira de ciências no colégio em que estudava, e vi, um trabalho com cunho político sobre a história das múmias, pensei, não é a toa que hoje elas são vistas como figuras nefastas e malignas. A poesia “ o Canto da Múmia” reflete todo o lado hipócrita e descompromissado que um Nobre, cuja a mumificação lhe era de direito, supõe e coloca em discussão o valor que uma causa, vista pelo povo como justa, teria na sociedade. Morrer, todos iremos, agora quanto ao túmulo e o direito ( segundo as crenças da época) de eternidade, deve-se resguardar aos líderes. Para que no outro plano possam conduzir povos como aqui fizeram. Ou seja, perpetuar o poder além do horizonte material. Assim como o conhecemos desde que o mundo existe. De um lado uma hierarquia quase inabalável e de outro o povo. Até para no mundo, em que o mistério da incerteza reina, esta hierarquia deseja manter-se no poder. Segundo as palavras do faraó na poesia. Não se trata de acreditar ou não em vida após a morte, mas sim , do discurso que oferece ao povo o consolo da miséria recheado, com a dissolvição, do “prazer” em atender os interesses de seu líder. O monarca nos empobrece, mas ainda assim o idolatramos. Quem elegeu o criador, o fez imagem e semelhança, e ainda lhe deu poderes eternos para decidir, ou pelo menos responsabilizar-se pelas passagens da vida e da morte. O resto, que seria o mais importante, o trajeto percorrido, a estrada, o ar, o caminho.... Este, já há quem cuide. E saberá lucrar muito com cada singelo sopro de existência que surgir neste planeta.