Morrendo de Amor


Certo!
Quer falar de amor?
Quer falar do ser?
E ser o que o amor deseja?

Certo!
Façamos!

Digo que vivi grandes paixões
Que viraram grandes tolices

E as paixões, travestidas de amor, fecundaram grande angústia quando se revelaram passageiras.
Sozinho, toda vez que um verão passava, eu me perguntava: Isso foi amor?

Meu ingênuo coração triste, minha frágil existência se contorcia a cada canção que lembrava os beijos dela.

De íntimo ferido entregava-me a cada crepúsculo;
E sorvia dentro de mim um prazer amargo, bílis.
Matando-me diariamente.
Até o dia em que um adulto me disse: - Você cresceu meu menino!
E hoje, sério e racional com as coisas do coração,
Sinto tanta falta do tempo em que qualquer paixão, por menor que fosse, me fazia morrer de amor.



Ari Mascarenhas