A Língua das Mariposas

Em tempos que a discussão sobre a qualidade de ensino no Brasil parece ter alcançado os patamares populares, lembrei-me de um filme que assisti há 5 anos que retrata a necessidade da reforma educacional principalmente no que tange o seu método educacional.. No filme o contexto é a revolução espanhola que modifica radicalmente a vida de uma sociedade católica constituída, no Brasil o contexto é a miséria de perspectiva que perpetua a dor de milhares de brasileiros e cega outra parte que acredita viver num país de igualdade de oportunidades. O discurso do sistema continua convencendo a emergente classe média de que “nunca na história deste país estivemos tão bem”.
O fato é bem simples de esclarecer, basta que o cidadão precise de um hospital público, seu filho de uma escola descente, e que ambos necessitem de segurança para caminharem nas ruas; e todo o discurso ideológico de Brasília cairá por terra.
Não existe outra saída que não seja a educação e seu rompimento com a escolástica moderna da qual bebem os antigos e recém formados professores da rede pública, salvo raras exceções, que estão preocupados com seus salários somente e esquecem suas obrigações.Metade da responsabilidade de nossa decadência educacional deve-se ao descaso do governo, a outra metade é atribuída aos profissionais de péssima índole acadêmica que atuam na direção e na condução das aulas na maioria das instituições públicas de nosso país.
O Filme chama-se “ A Língua das Mariposas” (Lengua de las Mariposas). Trata-se de um drama espanhol dirigido por José Luis Cuerda que retrata a relação de aluno ( Moncho) e Professor em meio aos dias que antecedem a revolução espanhola.
Em diversas cenas do filme podemos identificar a prática pedagógica adotada pelo professor. Ela é voltada para o “deslumbrar do conhecimento” através da abertura de um novo universo captado pela sensibilidade do aluno. Em um determinado momento, vemos o professor oferecendo à seus alunos um aprendizado por meio do despertar de suas curiosidades pessoais.
O primeiro passo então é transformar a necessidade do conhecer no desejo do descobrir. Aguçando a curiosidade e alimentando-a com a educação. Assim, o aluno segue em busca do conhecimento um caminho traçado por uma guia com o conduzirá ao “novo”.A forma de OLHAR passa a ser diferente, mais detalhada, mais sensível, mais aberta aos novos horizontes do Saber.
Essa não é o único método pedagógico eficaz, mas é bem diferente dos falidos métodos mais aplicados nas salas de aulas brasileiras: “proíbe tudo” ou “libera tudo”.
Caro professor segue uma boa dica de filme para seus finais de semana, ao invés de ficarem vendo o Domingão do Bobão ou qualquer outra porcaria na TV.




A Língua das Mariposas
(Lengua de las Mariposas, La, 1999)



Ficha técnica

Direção: José Luis Cuerda
Roteiro: Rafael Azcona, José Luis Cuerda, Manuel Rivas
Gênero: Drama
Origem: Espanha
Duração: 96 minutos
Tipo: Longa-metragem



Sinopse: O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, quando ele reconhecerá a dura realidade de seu país. Rebeldes fascistas abrem fogo contra o regime republicano e o povo se divide. O pai e o professor do menino são republicanos, mas os rebeldes ganham força, virando a vida do garoto de pernas para o ar.

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