à pianista Sônia Rubinsky
Soa, Soa Lua Nova
Tercetos vivos,
Velados e regados em círculos finos,
Em souvenires prateados.
Soa somente essa canção, sinais.
Sempre acesa e avessa às sedas,
palavras sem cantis.
Eis a peça quatro notas,
em sonolenta adolescência resisti.
Seus soares são vozes
zunindo em nosso passado.
Soa Lua nova
tão bela quanto era cheia
de ilusões em Lobos Neves.
Quase inclinasse açudes,
sensações cancionadas,
no deslize de seus dedos,
nessas Canções sem Palavras.
Heresias minhas tais notas
anotadas nessa cesta.
Poesia desse servo impulso.
Eis pessoas que detestam.
Soa Villa-Lobos nesse bis "exaltado",
em nossos aplausos senis.
Soa Sônia em novenas renovadas.
Ari Mascarenhas
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