
Além de bem escrito o
texto apresenta argumentos convincentes e se posiciona como uma crítica às
famosas “teorias da conspiração”. O autor imputa nas bases das reflexões
nazistas (ainda durante as reuniões dos Tulas) um personagem que fora o grande
responsável por motivar e acender a fúria dos alemãs contra os judeus. Esse
facínora seria Borges. Mas um a “borges” muito próximo de Pierre Menard, um
“borges” leitor, que recepciona a obra de seu homônimo e a decodifica a seu
bel-prazer, primeiro por dinheiro, depois para ficar perto da mulher que ama,
Raquel, depois por sobrevivência... em todas as situações ele, que é a presença
do Outro no romance, deixa de revelar sua verdadeira identidade para atender a
uma necessidade imediata. Ele, Borges, cujo nome e a trajetória fazem parte de
um destino inexplicável sabe que sua grande maldição é ser uma extensão (a
prática da teoria do autor famoso) do Outro.
Adorei o romance,
porque também sou leitor de Borges, mas creio que aqueles que não conhecem os
contos mencionados no livro, ficaram um tanto quanto perdidos em algumas
explicações.
Ainda assim, o autor
foi muito feliz em sua criação e por ora nos faz acreditar que a leitura
mística de Borges em relação à história é uma grande irresponsabilidade do
escritor argentino. No entanto, o ultimo capítulo que concentra uma epístola de
Borges para Borges revela a máxima do livro. Diante do túmulo, a imagem do
corpo presente e da morte que encerra as possibilidades, Borges (o homônimo)
entende que tudo é uma simples interpretação e, segundo o escritor, uma grande
perda de tempo. Viver o presente, sem buscar significados no passado, requer
“coragem”.
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